Assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes permanece sem solução
A execução se tornou um exemplo de impunidade em relação à violência contra defensores de direitos humanos no Brasil
Preste a completar cinco anos do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, o crime continua sem solução. Ainda não se sabe quem ordenou e qual foi a motivação para a execução da vereadora e de seu motorista por volta das 21h do dia 14 de março de 2018, numa esquina do bairro do Estácio, logo após saírem da Casa das Pretas, na Rua dos Inválidos, na Lapa, no Rio de Janeiro, onde a parlamentar participou de debate. Ela foi atingida por quatro tiros na cabeça. Anderson levou ao menos três tiros nas costas. Apenas uma assessora, que se sentou ao lado de Marielle, sobreviveu ao atentado.
Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva a esperança ressurgiu nas famílias das vítimas. O presidente afirmou que não poupará esforços para esclarecer as circunstâncias do assassinato da vereadora. Em sua posse, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, reforçou a declaração de Lula, frisando ser uma ‘questão de honra do Estado brasileiro’.
‘Eu disse à ministra Anielle e à sua mãe que é uma questão de honra do Estado brasileiro empreender todos os esforços possíveis e cabíveis, e a Polícia Federal assim atuará, para que esse crime seja desvendado definitivamente e nós saibamos quem matou Marielle e quem mandou matar Marielle Franco naquele dia no Rio de Janeiro’, garantiu o ministro na ocasião, referindo-se à titular da pasta da Igualdade Racial.
Desde então, Flávio Dino vem promovendo reuniões para tratar da questão. No mês passado recebeu o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, e o subprocurador-geral, Marfan Martins Vieira para falar sobre o apoio da pasta às investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e de seu motorista Anderson Gomes. E a reunião deu frutos. Nesta semana, Luciano Mattos nomeou os novos integrantes da força-tarefa que acompanharão as investigações.
A equipe será composta pelos promotores de Justiça Eduardo Morais Martins, Paulo Rabha de Mattos, Patrícia Costa Santos, Glaucia Rodrigues Torres de Oliveira Mello, Pedro Eularino Teixeira Simão, Mario Jessen Lavareda e Tatiana Kaziris de Lima Augusto Pereira.
As investigações da Polícia Civil e do MPRJ apontaram o sargento reformado e expulso da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) Ronnie Lessa como o autor dos disparos, com colaboração do ex-policial militar Élcio Queiroz. Ambos estão presos preventivamente desde 2019 e respondem por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima) e pela tentativa de homicídio contra uma assessora de Marielle, que também estava no veículo e sobreviveu.
Atividades
O Instituto Marielle Franco - uma organização sem fins lucrativos, criada pela família de Marielle – está organizando o Festival Justiça por Marielle e Anderson, previsto para o dia 14 de março, das 17h às 22h, na Praça Mauá, Rio de Janeiro. Também está montando uma Agenda Colaborativa Março por Marielle e Anderson com atividades presenciais e virtuais por todo Brasil para lembrar dos 5 anos. Para saber mais, acesse <https://www.institutomariellefranco.org/5-anos>.
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