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Foto do escritorPimenta Rosa

Embora seja crime, homofobia faz parte do dia a dia da comunidade LGBTQIA+

Casos recentes envolvendo o filho do quadrinista Maurício de Souza, autor da Turma da Mônica, mostram que ainda há muito a caminhar na luta por respeito



O melhor termo para explicar uma pessoa que quer ser feliz e ser amada, mas sempre quer dizer quem o outro deve amar é preconceituosa. Embora seja crime, a homofobia é uma realidade na vida da comunidade LGBTQIA+, que sobrevive no dia a dia aos discursos de ódio, piadas, palavras e ações que explicitam a sociedade medieval que vivemos.


O caso de Mauro Souza, filho do quadrinista Maurício de Souza, autor da Turma da Mônica, mostra bem as 'boas intenções' de alguns seguidores das suas redes sociais. Bem humorado, o rapaz fez uma música para uma mulher que sempre faz comentários em seus posts, principalmente nos em que o diretor de espetáculos, parques e eventos da Maurício de Souza Produções aparece com o marido, Rafael Piccin.


'Dona Meire, a charlatã. Compus essa música inspirada na Dona Meire, uma seguidora homofóbica que, vira e mexe, me manda mensagens como essa, cheia de 'boas intenções'', escreveu na legenda da publicação no Instagram. No vídeo em que canta acompanhado por um piano, Mauro revelou um dos comentários enviados por Meire: "Mauro, eu adoro você mas não é adequado essas práticas homossexuais na internet. É melhor ler a Bíblia qual foi a criação de Deus'.


A publicação de Mauro rendeu uma série de comentários, inclusive de Maurício de Souza, que reiterou o orgulho pelo filho, que rebate o preconceito com música, poesia e sensibilidade.


Condenação branda


O apresentador Gilberto Barros foi condenado por homofobia e terá de pagar R$ 32 mil por falas homofóbicas em seu programa 'Amigos do Leão', em seu canal do YouTube, segundo a colunista Mônica Bérgamo, da Folha de São Paulo. A decisão é baseada na lei estadual 10.948, sancionada em 2001, que pune a discriminação em razão da orientação sexual e identidade de gênero. Barros foi denunciado por William De Lucca, jornalista e ativista pelos direitos LGBTQIA+, após afirmar que bateria em casais do mesmo sexo que trocassem beijos na sua frente.

"Eu tinha que acordar às 2h30, 2h, e ainda presenciar, onde eu guardava o carro na garagem, beijo de língua de dois 'bigode', porque tinha uma boate gay ali na frente. Não tenho nada contra, mas eu sou gente. Naquela época ainda, você imagina, chegando do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz", disse o apresentador em entrevista a Sonia Abrão, que, na ocasião, ficou chocada com a fala de Gilberto em um episódio de comemoração dos 70 anos da TV brasileira.


A decisão foi aplicada pela Comissão Especial de Discriminação Homofóbica, que afirma: “Os comentários proferidos pelo denunciado [Barros], inclusive, num tom pejorativo e de aversão, foram preconceituosos e ofensivos, atentando à honra e dignidade da pessoa humana”. Gilberto ainda é acusado de incitar "o ódio e violência contra a população LGBTQIA+" e atribuir "uma conotação negativa e de repúdio à demonstração de carinho entre pessoas do mesmo sexo".


Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania de São Paulo o processo ainda está na fase de recurso.

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