Estudo inédito aponta evangélicos divididos sobre casamento homoafetivo em Alagoas
Para ativista Marcelo Nascimento, avanço entre religiosos é significativo, mas debate sobre direitos já garantidos pelo STF é desnecessário
Uma pesquisa inédita conduzida pelo Ibrape em parceria com o portal CadaMinuto revelou que 50% dos evangélicos alagoanos são favoráveis ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, enquanto 47% se posicionam contra e 4% não opinaram. Entre os católicos, a maioria (51%) é contrária, com 45% favoráveis e 4% indecisos.
Marcelo Nascimento, presidente do PT Maceió e ativista pelos direitos LGBTQIAPN+, em post nas redes sociais, considerou os dados entre os evangélicos um avanço importante, especialmente vindo de um setor historicamente marcado por preconceito e intolerância. 'Esse apoio de 50% é significativo, mas precisamos lembrar que esse debate, do ponto de vista legal, é desnecessário. O casamento homoafetivo é um direito garantido pelo STF desde 2011', afirmou Marcelo.
A decisão do Supremo Tribunal Federal, que reconhece a união homoafetiva como entidade familiar, foi um marco na luta do movimento LGBTQIA+ brasileiro, fruto de ações judiciais e anos de advocacy. 'É fundamental entender que os direitos humanos não são negociáveis nem dependem da anuência de qualquer grupo religioso ou cultural. Eles se cumprem, apesar de resistências', completou Marcelo.
Dados do Censo 2022 do IBGE reforçam a importância desse debate ao indicar que o Brasil possui 391.080 lares formados por casais do mesmo sexo, o que representa 0,54% do total de lares no país. Embora os números mostrem avanços, Marcelo ressalta que discussões sobre temas já assegurados pela mais alta corte do país podem desviar o foco de questões urgentes, como a garantia de respeito pleno e combate à violência contra a população LGBTQIAPN+. 'O progresso é bem-vindo, mas nossa luta é por dignidade e igualdade em todas as esferas da sociedade', concluiu.
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