Gregório Duvivier transforma a poesia em comédia e paixão no palco no monólogo 'O Céu da Língua'
Com um formato inovador e uma abordagem leve e envolvente, 'O Céu da Língua' reafirma o talento multifacetado de Gregório Duvivier e traz um olhar afetuoso sobre a riqueza da língua portuguesa. Uma experiência para rir, refletir e, acima de tudo, se encantar com o poder das palavras.

Dirigido por Luciana Paes, o espetáculo 'O Céu da Língua', em cartaz no Teatro Riachuelo Rio, do dia 20 a 23 de março, prova que a poesia não está distante do cotidiano. Com texto assinado por Duvivier e Paes, a peça mistura humor, reflexões e paixão pela língua portuguesa em uma performance solo do ator e escritor.
Aclamado por sua versatilidade artística, Gregório Duvivier usa o palco para convencer o público de que a poesia é uma presença constante em nosso dia a dia, muitas vezes sem que percebamos. O monólogo, descrito pela crítica como 'uma ode à língua portuguesa e ao poder da palavra', apresenta um jogo cênico ágil, no qual o comediante mescla referências literárias com observações bem-humoradas sobre os sons, sentidos e transformações da nossa língua-mãe.
A montagem conta com uma encenação minimalista: sem cenários grandiosos, Duvivier divide o palco apenas com a ambientação musical do instrumentista Pedro Aune e projeções assinadas pela designer Theodora Duvivier. A simplicidade cênica reforça o protagonismo do texto e a entrega do ator, que conduz o público por uma viagem pela história das palavras, brincando com metáforas, expressões populares e as peculiaridades do português.
No espetáculo, a poesia é apresentada como uma ferramenta acessível, capaz de despertar riso e reflexão. O ator faz associações entre a linguagem do dia a dia e os versos dos grandes poetas brasileiros, como Orestes Barbosa e Caetano Veloso.
'Foi a nossa música popular quem conseguiu realizar o sonho oswaldiano de levar poesia para as massas', reflete Duvivier, citando Oswald de Andrade.
'O Céu da Língua' estreou em Portugal, no aniversário de 500 anos de Luís de Camões, e conquistou o público e a crítica. De acordo com o jornalista Miguel Esteves Cardoso, do jornal O Público, 'Gregório Duvivier é um artista completo, no sentido mais renascentista do termo'. Já Suzana Verde, do O Observador, destacou o impacto da peça: 'É comédia da boa, apesar de por vezes ser difícil rir, estando tão assoberbados com tudo o que acontece em palco'.
A montagem não é um recital de poesia, mas tampouco deixa de ser poética. O espetáculo é descrito pela diretora Luciana Paes como 'um stand-up comedy que esconde uma pegadinha literária'. Segundo ela, Gregório usa o humor para surpreender e envolver a plateia. 'Ninguém resiste quando é surpreendido por alguém apaixonado', afirma.
Gregório Duvivier, que estudou Letras na PUC-Rio e já publicou três livros sobre poesia, leva para o palco sua obsessão pela palavra e suas transformações. No espetáculo, ele brinca com reformas ortográficas, expressões esquecidas que retornam ao vocabulário e termos do português falado, como 'sinistro', 'brutal' e 'disruptivo'. Além disso, ele destaca como a língua é um elo que une as pessoas, independentemente de suas diferenças.
'Minha pátria é a língua portuguesa', cita Fernando Pessoa, em um dos momentos mais simbólicos da peça. Em seguida, resgata uma adaptação de Caetano Veloso: 'E eu não tenho pátria, eu tenho mátria e quero frátria'. A proposta do espetáculo é exatamente essa: celebrar a fraternidade construída pela linguagem e mostrar que a poesia pode estar em qualquer conversa jogada fora.
Serviço:
📍 Local: Teatro Riachuelo Rio - Rua do Passeio, 38 - Centro, Rio de Janeiro - RJ
📅 Datas: 20/03 (quinta), 21/03 (sexta) e 22/03 (sábado) às 20h. Dia 23/03 (domingo), às 19h
⏳ Duração: 85 minutos
🔞 Classificação indicativa: 12 anos
🎟 Ingressos:
Plateia VIP: R$ 120,00
Plateia: R$ 100,00
Balcão Nobre: R$ 80,00
Balcão Superior (Quinta e Sexta): R$ 40,00
Balcão Superior (Sábado e Domingo): R$ 60,00
Os ingressos podem ser adquirido na bilheteria do teatro ou online (ingresso.com)
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