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Foto do escritorPimenta Rosa

Janeiro Lilás: visibilidade trans e desafios no mundo corporativo

Diversidade e inclusão são apontados como o caminho para um futuro profissional mais igualitário e promissor



Em um país marcado por avanços e desafios, o Brasil celebra o Janeiro Lilás, Mês da Visibilidade Trans, enquanto enfrenta questões profundas relacionadas à comunidade transexual e transgênero. Com um impressionante registro de 13 mil alterações de registro civil nos últimos cinco anos, a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen Brasil) destaca o crescente movimento de reconhecimento e respeito à identidade de gênero.


Até o dia 10 de dezembro de 2023, 3908 pessoas buscaram nos cartórios a alteração de gênero ou nome, refletindo uma tendência positiva de aceitação e apoio às pessoas trans. No entanto, em meio a celebrações, é essencial reconhecer que o Brasil detém o triste título de ser o país que mais mata pessoas trans no mundo, com uma expectativa de vida média de apenas 35 anos, em comparação com a média nacional de 74 anos.


A realidade no ambiente de trabalho também destaca desafios significativos. Segundo o 'Mapeamento de Pessoas Trans na Cidade de São Paulo', cerca de 50% das pessoas trans têm trabalhos informais ou autônomos, enquanto apenas 27% possuem emprego formal com carteira assinada. A falta de representatividade é clara, com o estudo 'Censo Multissetorial da Gestão Kairós 2022' revelando que menos de 1% das lideranças são compostas por travestis e transexuais.


Para reverter essa realidade, empresas são instadas a adotar iniciativas de diversidade, equidade e inclusão, proporcionando ambientes acolhedores e oportunidades iguais. Jenifer Zveiter, psicóloga e head de DE&I na Condurú Consultoria, destaca a importância das empresas terem uma postura ativa contra a discriminação para reforçar a necessidade de criar oportunidades dignas para todas as pessoas.


'Quando as empresas têm uma postura ativa contra a discriminação, elas reforçam para a sociedade a importância de criar possibilidades dignas para todas as pessoas e, consequentemente, impactam positivamente na promoção da ética, diversidade, equidade e inclusão. Não podemos nos esquecer que os desafios são estruturais, uma vez que há discriminação transfóbica antes mesmo do acesso ao mercado de trabalho, mas a inclusão de trans e travestis nas organizações traz uma série de benefícios, como o aumento da capacidade financeira desses grupos vulnerabilizados, além de impulsionar a inovação e a criatividade nas empresas, aumentando a competitividade no mercado', diz.

Reconhecendo que os desafios são estruturais e começam antes mesmo do acesso ao mercado de trabalho, a inclusão de pessoas trans nas organizações não é apenas um ato de justiça social, mas também traz benefícios financeiros, impulsiona a inovação e aumenta a competitividade no mercado.


Sem uma abordagem reflexiva e educacional, a sustentabilidade da diversidade e inclusão torna-se desafiadora. Estabelecer ambientes inclusivos para profissionais LGBTQIAPN+ é crucial, proporcionando valor, respeito e conforto no local de trabalho. Além de elevar a produtividade e retenção de talentos, a promoção da inclusão contribui para uma imagem positiva da empresa, construindo um futuro mais promissor para todos.

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