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Foto do escritorPimenta Rosa

Julgamento dos acusados pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes inicia com depoimentos emocionantes; MP pede pena máxima de 84 anos

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz enfrentam acusações de duplo homicídio triplamente qualificado; processo é acompanhado pelo público em canal do Tribunal do Rio



O primeiro dia de julgamento dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados pelo assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, foi marcado por depoimentos comoventes. O Tribunal do Júri do Rio recebeu sete testemunhas indicadas pelo Ministério Público (MP) e duas pela defesa de Lessa.


Desde a operação Lume, em 2019, os réus estão presos e agora respondem a acusações de duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e receptação de veículo, com penas que podem chegar a 84 anos. Lessa, que confessou os disparos, e Queiroz, que admitiu ter dirigido o carro no crime, participam virtualmente por segurança.


Entre as testemunhas, Fernanda Chaves, ex-assessora e sobrevivente do ataque, relatou o atentado: “Ouvi uma rajada... o carro foi atingido, mas ainda seguia; Anderson esboçou dor e depois caiu”. Por conta da violência, Fernanda vive fora do Brasil sob proteção.


Marinete da Silva, mãe de Marielle, também prestou depoimento, reforçando o pedido por justiça. “Minha filha faz falta... Esses seis anos e sete meses foram de dor indescritível. A saudade e a necessidade de justiça para Marielle e Anderson são imensas”, declarou emocionada.


Em seguida, Mônica Benício, viúva de Marielle, foi ouvida. Ela relembrou os últimos momentos vividos com a esposa e lamentou: “A última coisa que ela me disse foi ‘eu te amo’. Meu futuro foi destruído junto com a vida dela”.


O julgamento contou ainda com o depoimento de Ágatha Arnaus, viúva de Anderson, que recordou a relação do marido com o filho autista, Arthur. “Quando Anderson morreu, a primeira palavra do Arthur foi ‘papai’. Ele sempre esteve com o pai, e essa ausência impactou muito o desenvolvimento dele”, desabafou Ágatha.


A sessão continua nesta quinta-feira (31) e é transmitida ao vivo pelos canais do Tribunal de Justiça do Estado do Rio e do Instituto Marielle Franco no YouTube. A decisão final pode ser dada ao término dos depoimentos ou em até dez dias.

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