Nadadoras americanas rotulam como 'injusta' participação da trans Lia Thomas em competição
Grupo pede que seja cumprida a nova política de transgêneros, atualizada recentemente pela NCAA
Dezesseis nadadoras da equipe feminina da Universidade da Pensilvânia enviaram uma carta à instituição e à Ivy League (conjunto das principais universidades do país), classificando de injusta a participação da companheira de equipe trans Lia Thomas na categoria feminina da competição. Elas pedem que ambas as entidades não entrem com ações legais contra as novas regras para atletas transgênero, atualizadas recentemente pela NCAA (Associação Nacional do Esporte Universitário).
O grupo, organizado por Nancy Hogshead-Makar, tri medalhista de ouro Olímpica, pede ‘para nos apoiar como mulheres biológicas’ e não envolver a NCAA em ações legais em um esforço para desafiar a novos protocolos.
‘Apoiamos totalmente Lia Thomas em sua decisão de afirmar sua identidade de gênero e fazer a transição de homem para mulher. Lia tem todo o direito de viver sua vida com autenticidade’, dizia a carta, obtida pelo Washington Post. ‘No entanto, também reconhecemos que, quando se trata de competição esportiva, a biologia do sexo é uma questão separada da identidade de gênero de alguém’.
Biologicamente, justificam na carta, ‘Lia detém uma vantagem injusta sobre a concorrência na categoria feminina, como evidenciado por seus rankings que saltaram da posição 462 como homem para número 1 como mulher’. Para as atletas, se Thomas ‘fosse elegível para competir contra nós, ela agora poderia quebrar os recordes de natação feminina de Penn, Ivy e NCAA, feitos que ela nunca poderia ter feito como atleta do sexo masculino.’
Em seu apelo aos administradores, as nadadoras reclamaram que Thomas está ‘roubando’ suas oportunidades competitivas, especificamente no campeonato da Ivy League, para o qual o recrutamento é muito seletivo. De acordo com a carta, depois de competir na divisão masculina de natação por três temporadas, Thomas adotou um nome feminino após a transição e se juntou à equipe feminina. Desde então, alegam, Thomas vem quebrando recordes, tecnicamente ostentando o título de nadadora número 1 do país, com o estilo livre feminino de 500 jardas mais rápido do país e o recorde de todos os tempos da equipe feminina de Penn.
As nadadoras disseram na carta que temiam ser ‘removidas da equipe ou que nunca receberíamos uma oferta de emprego, se pedissem que Thomas fosse impedida de competir na equipe feminina'. Conforme o National Review, Hogshead-Makar não respondeu a uma pergunta sobre quem lhes disse que nunca receberiam uma oferta de emprego, ressaltando esperar que ‘o esporte se adapte; que a natação vai encontrar um lugar para Lia competir’.
‘Lia é sempre bem-vinda para treinar conosco; as equipes de natação masculina e feminina sempre treinaram juntas com o mesmo técnico. No entanto, o esporte é competitivo por definição, e as vitórias, recordes e honras de Lia não devem vir às nossas custas, as mulheres que trabalharam a vida inteira para ganhar um lugar na equipe feminina de natação da Penn’.
Elas também pediram à UPenn e à Ivy League que se abstenham de iniciar litígios sobre as diretrizes atualizadas da NCAA para a participação de transgêneros, que adia a tomada de decisões sobre o assunto para os respectivos órgãos de governo de cada esporte. A natação dos EUA seguiu emitindo uma nova política estipulando requisitos de supressão hormonal para atletas transgêneros.
A Universidade da Pensilvânia está programada para competir no Ivy League Championships de 16 a 19 de fevereiro e no NCAA Championships de 16 a 19 de março. Thomas não participou do último encontro da temporada regular da equipe contra o West Chester.
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