Onze testemunhas são intimadas pelo STF em processo sobre assassinato de Marielle Franco
Depoimentos, que ocorrerão por videoconferência até o dia 16, incluem nomes de acusados e testemunhas chave, como o miliciano Orlando Curicica e o secretário municipal de Ordem Pública do Rio. O desfecho desse caso, que há anos desperta atenção nacional e internacional, ainda permanece incerto.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, intimou onze pessoas para prestarem depoimento na audiência de instrução e julgamento do processo sobre as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Os depoimentos ocorrerão por videoconferência entre esta segunda-feira e a próxima sexta-feira, dia 16 de agosto.
Entre os intimados estão oito testemunhas de acusação contra o deputado federal Chiquinho Brazão, seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, ambos acusados de serem os mandantes do crime, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, apontado como responsável por dificultar as investigações. Destaque também para o depoimento do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, que já foi indicado como possível executor de Marielle e agora acusa Rivaldo Barbosa de ter recebido propina para atrapalhar as investigações.
Outras pessoas intimadas, conforme a CBN, incluem o secretário municipal de Ordem Pública do Rio, Brenno Carnevale, dois delegados da Polícia Federal e um ex-assessor de Marielle Franco. Além das testemunhas, também devem prestar depoimento os corréus na ação penal: o ex-policial Ronnie Lessa, que confessou ter atirado contra a vereadora, e o PM reformado Élcio de Queiroz, que teria dirigido o veículo usado no crime.
Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, assim como o delegado Rivaldo Barbosa, negam as acusações. Contudo, o relatório complementar da Polícia Federal sobre a obstrução das investigações traz novos indícios de que os delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages impediram a solução do caso e ignoraram evidências que poderiam ter levado aos assassinos.
O atual secretário da Polícia Civil, Marcus Amim, afirmou em depoimento à PF que havia sugerido ao delegado Giniton Lages cinco possíveis executores, incluindo Ronnie Lessa, já no início das investigações em 2018, mas suas sugestões foram ignoradas. Lages, por sua vez, passou seis meses investigando a possível participação de Orlando Curicica, mesmo após Amim ter alertado que Curicica não teria condições de executar o crime.
Em seu depoimento à PF, Giniton Lages afirmou não lembrar das indicações feitas por Marcus Amim.
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