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Foto do escritorPimenta Rosa

Papa Francisco aprova bênçãos a casais homoafetivos em decisão histórica

Vaticano anuncia medida que marca avanço na inclusão, mas ressalta que não altera a doutrina tradicional da Igreja sobre o casamento. A decisão, assinada pelo cardeal Victor Manuel Fernandez, chefe do Dicastério para a Doutrina da Fé do Vaticano, mostra uma tentativa de tornar a Igreja Católica mais progressista.



Em uma decisão histórica, o Vaticano, sob a liderança do Papa Francisco, autorizou a concessão de bênçãos a casais homoafetivos e a outras uniões consideradas 'irregulares' pela doutrina católica, como para um segundo casamento. O documento, chamado 'Fiducia Supplicans', especifica que essas bênçãos não serão litúrgicas, não configurando casamentos sacramentais na Igreja.


Apesar dessa distinção, a medida já está sendo reconhecida por muitos como um notável avanço da Igreja Católica no respeito aos casais homoafetivos e na inclusão de uniões não tradicionais. Toni Reis, diretor presidente da Aliança Nacional LGBTI+ e da Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas, expressou contentamento com a decisão papal. Em nota para imprensa comentou:


'Quem diria que eu estaria vivo para ver, ouvir, sentir e aproveitar essa decisão da Santa Madre Igreja. Eu sou católico apostólico romano, inclusive eu era para ser padre. Eu vi com muita alegria a decisão da Igreja Católica. A mesma igreja que na Idade Média, através da Santa Inquisição, colocava as pessoas LGBTI+ na fogueira, e agora essa bênção dos casais do mesmo sexo!'

O cardeal Víctor Manuel Fernández, prefeito do gabinete do Vaticano, explicou o documento em uma introdução, esclarecendo que a medida não altera a doutrina tradicional da Igreja sobre o casamento. Segundo Fernández, a nova norma representa um verdadeiro desenvolvimento no entendimento das bênçãos, permitindo abençoar casais 'em situações irregulares e casais do mesmo sexo, sem validar oficialmente seu estatuto ou modificar o ensinamento perene da Igreja sobre o casamento'.


Mesmo sendo considerada um grande avanço, a decisão enfatiza que a bênção não deve ocorrer durante cerimônias de união civil, nem utilizar vestimentas, gestos ou palavras próprias de um casamento. Locais para tais bênçãos podem incluir visitas a santuários, encontros com sacerdotes, orações em grupo ou peregrinações.


O Papa Francisco, em outubro, indicou a possibilidade da Igreja Católica abençoar casais do mesmo sexo, destacando a importância da 'caridade pastoral' ao lidar com tais pedidos. Embora a Igreja considere as relações entre pessoas do mesmo sexo 'objetivamente pecaminosas', a bênção é vista como uma expressão de pedido de ajuda a Deus.

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