Selo filatélico em homenagem a vereadora Marielle Franco é lançado pelos Correios
Selo celebra a memória da vereadora assassinada e destacar sua influência transformadora na política brasileira.
Os Correios, em parceria com o Ministério das Comunicações, lançaram selo filatélico em homenagem à memória da vereadora Marielle Franco (Psol/RJ), brutalmente assassinada em 2018, no Rio de Janeiro. O evento ocorreu em Brasília e contou com a presença da deputada federal Benedita da Silva PT/RJ), de Marinete Silva (mãe de Marielle e cofundadora do Instituto Marielle Franco), da ministra da Igualdade Racial e irmã da vereadora, Anielle Franco, e do presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.
Anielle Franco destacou a significância do selo como um lembrete da política de afeto, cuidado e coletividade praticada por sua irmã. Ela afirmou:
'Estar aqui lançando esse selo é lembrar para quem a gente governa. E a gente governa – e luta -, por toda a população, mas, principalmente, pelas minorias.'
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, também celebrou o lançamento, enfatizando a importância de preservar a história de Marielle Franco. Segundo ele, 'essa iniciativa dos Correios contribui para transformar Marielle em parte eternizada da história brasileira e mundial por meio desse selo postal'.
Marinete Silva ressaltou o impacto de Marielle na renovação da política nacional, afirmando que 'hoje podemos dizer que ela não é mais nossa, pois o que Marielle significa está em todo o mundo, transcende. Por isso ela está presente e estará sempre'.
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, destacou a escolha do Mês da Consciência Negra para celebrar Marielle, ressaltando a conexão da trajetória dela com figuras emblemáticas como Zumbi dos Palmares e Dandara. Benedita da Silva expressou sua gratidão pela iniciativa, enfatizando que o selo não é apenas uma lembrança, mas um instrumento para continuar a luta.
Retrospectiva do Caso Marielle Franco
Marielle Franco, aos 38 anos, foi eleita a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro em 2016, conquistando mais de 46 mil votos em sua primeira disputa eleitoral. Reconhecida como uma das vozes mais expressivas da renovação política carioca, Marielle destacou-se pela defesa dos direitos humanos, especialmente das mulheres, e pela crítica contundente à violência policial.
Um trágico desfecho
No fatídico dia 14 de março, Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram executados em uma esquina do bairro do Estácio após um debate na Casa das Pretas. Marielle, atingida por quatro tiros na cabeça, deixou um legado de luta e dedicação aos direitos humanos. Milhares foram às ruas em diversas cidades do Brasil, clamando por justiça.
Homenagens e busca por respostas
O movimento 'Amanhecer por Marielle' uniu mais de 80 cidades em 8 países, homenageando a vereadora e exigindo justiça. As primeiras pistas surgiram, envolvendo o vereador Marcello Siciliano e o miliciano Orlando Curicica, mas as acusações não se sustentaram nas investigações.
Revelações sobre milícias
Orlando Curicica, em depoimento, mencionou o 'Escritório do Crime', uma milícia atuante na zona Oeste do Rio, colocando-o no centro das investigações.
Reviravolta e fundação do Instituto Marielle Franco
Denúncias anônimas trouxeram informações sobre dois suspeitos. Em 22 de outubro, familiares fundaram o Instituto Marielle Franco, comprometidos em manter viva a memória da parlamentar.
Prisão dos executores
Na véspera do aniversário de um ano do crime, a polícia prendeu Ronnie Lessa e Élcio Queiroz. A motivação inicial apontava para a ameaça aos negócios de grilagem de terras.
Pistas e descarte de armas
Pescadores e testemunhas indicaram o local do descarte das armas. A submetralhadora usada no crime, no entanto, jamais foi encontrada.
Pedido de federalização e ameaças à investigação
A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, pediu a federalização da investigação, apontando interferências. A Marinha foi acionada para buscas, mas a submetralhadora permaneceu desaparecida.
Morte de Adriano da Nóbrega
Adriano, suspeito de envolvimento no caso, foi morto em fevereiro de 2020, em confronto com a polícia na Bahia, gerando especulações sobre sua ligação com a família Bolsonaro.
Operação 'Os Intocáveis' e nova hipótese de motivação
A operação levou à prisão de membros da milícia de Rio das Pedras. Uma nova hipótese de complô entre mandantes e intermediários surgiu.
Rejeição da federalização e acusações contra Witzel
O STJ rejeitou a federalização. Witzel foi acusado de interferências. A investigação indicou a clonagem de um veículo ligado ao Escritório do Crime.
Retorno de promotoras
Promotoras retornaram à equipe de investigação. Uma possível vingança contra o PSOL foi sugerida como motivação.
Mudança de delegado e condenações por destruição de provas
O delegado Moysés Santana foi substituído por Henrique Damasceno. Ronnie Lessa e outros foram condenados por destruição de provas.
Quinta mudança de delegado
A investigação passou pela quinta mudança de delegado, com Alexandre Herdy assumindo o cargo.
Abertura de inquérito pela Polícia Federal
O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou a abertura de inquérito pela Polícia Federal.
Novos promotores e indicação de Flávio Dino ao STF
O MP do Rio designou novos promotores para o caso. Flávio Dino é indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), deixando o cargo e a promessa de elucidar o caso Marielle Franco-Anderson Gomes.
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