Érika Hilton acena com possibilidade de disputar a Presidência
Primeira mulher trans e negra eleita deputada federal, considera possibilidade no futuro, mas aponta desafios no Congresso Nacional
A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) afirma que não descarta a possibilidade de disputar a Presidência da República no futuro. A parlamentar destaca que o clamor popular por sua candidatura reflete o desejo por representatividade, mas alertou para os desafios de governar com a atual composição do Congresso Nacional.
'As pessoas clamam por isso e toda vez eu me pergunto: Isso é fã ou isso é hater? Porque ser presidente do Brasil com a composição do Congresso Nacional que temos hoje é um desafio extremamente terrível. O Congresso Nacional tem uma correlação de forças muito difícil para nós', afirma Hilton.
Aos 32 anos, Érika Hilton ainda não pode concorrer ao cargo nas eleições de 2026, já que a Constituição exige idade mínima de 35 anos para a Presidência. Apesar disso, ela não descarta a possibilidade em pleitos futuros, ressaltando a importância de uma transformação política que favoreça pautas progressistas.
'Quem sabe, quando despertarmos a consciência eleitoral na nossa gente, eu possa um dia me tornar presidente da República em um Congresso Nacional menos odioso, menos nefasto e que está sempre pronto para colocar uma faca no pescoço do governo que não atenda às suas exigências', disse a deputada.
Trajetória histórica e desafios no caminho
Érika Hilton é a primeira mulher trans e negra eleita deputada federal por São Paulo e tem sua atuação marcada pela defesa dos direitos humanos, com ênfase nas pautas LGBTQIA+ e de igualdade racial. A parlamentar já havia comentado sobre uma eventual candidatura presidencial em entrevistas anteriores, afirmando que, embora não trabalhe ativamente para esse objetivo, estaria pronta para assumir a responsabilidade caso o momento chegue.
'Imagine que lindo seria ter uma mulher negra, travesti, disputando esse lugar [Presidência da República], num país tão racista e que ainda lidera o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans e travestis. Acho que seria uma virada histórica para a nação e para a minha história também', declara Érika.
Hilton também destaca a necessidade de conscientização da população sobre a importância da participação política e da eleição de representantes comprometidos com a diversidade e a inclusão. Segundo ela, apenas com mudanças significativas no cenário político será possível construir um ambiente mais favorável para governar em prol das minorias.
Uma política de transformação social
Desde que assumiu seu mandato na Câmara dos Deputados, Érika Hilton tem se tornado um símbolo de resistência e transformação no cenário político brasileiro. Sua presença no Congresso representa uma ruptura histórica com os padrões de exclusão e discriminação que predominam na política nacional.
Para Hilton, a construção de um país mais justo e igualitário passa pela ampliação do debate sobre a diversidade nos espaços de poder. Ela acredita que sua eventual candidatura presidencial no futuro seria mais do que um marco individual: seria um divisor de águas na história da política brasileira.
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